sexta-feira, novembro 23, 2007

glu...glu...glu





Armados em exploradores de tubo de plástico nas águas quentes de São Tomé e Principe.

terça-feira, setembro 11, 2007

O regresso








Para nós que vivemos fora de Portugal, o regresso na altura do verão serve, essencialmente, para voltar a sentir o país no seu lado mais puro e sensivel - aquele que nos faz ter mais saudades.
Sentir a areia molhada das praias da Costa Alentejana; cheirar toda a vegetação que floresce nas serras e parques naturais em passeios a pé; colocar a conversa em dia com os amigos de sempre até altas horas da madrugada, e claro, estar com aqueles que nos vão vendo crescer e nos apoiam nas horas mais chatas do afastamento: A FAMILIA

Rir e fazer rir com as brincadeiras dos mais novos; cantar os parabéns à avó, que todos os anos por esta altura, nos atura nas nossas deambulações pela casa da serra; ler religiosamente os jornais desportivos (mesmo sendo esta a chamada “silly season” das noticias) e claro, as inesqueciveis tardes no rio, que a cada ano que passa vai apreciando novas proezas em questão de mergulhos.
A romaria nocturna às festas do santo padroeiro, que todos os anos voltam a reunir filhos e netos da terra, é ponto de honra, assim como subir ao ponto mais alto para ver passar a tão colorida caravana da “Volta” – as bicicletas e os seus bravos do pelotão.
Os dias na aldeia da Serra da Estrela são o nosso abono de férias, são momentos de passeio, de revisitação de locais belos, em percursos de descoberta nas nossas velhinhas bicicletas ou mesmo a pé, são momentos de reencontro com sons, cheiros e sabores tão portugueses.
Que bom que é voltar a Portugal.

quarta-feira, julho 04, 2007

Aldeia dos Rabelados - Cabo Verde




(antigo chefe da aldeia Nhô Agostinho)

(actual chefe - Tchetcho)





Na aldeia de Espinho Branco a caminho do Tarrafal encontramos uma das mais antigas comunidades de Cabo Verde- a comunidade do povo Rabelado.


Aqui cerca de 300 pessoas vivem de acordo com a tradição trazida do continente africano nos primórdios da colonização.

É a fé que unifica esta comunidade com mais de 300 pessoas, que continua a viver na simplicidade das casas de sisal e madeira. Os funcos de palha- pequenas habitações semelhantes àquela em que teria vivido Jesus Cristo.

No centro da filosofia dos rabelados está a ideia de que o bem e a caridade terrestre nos conduzem no caminho para céu e que todos os seres, apesar da hierarquia na terra, são iguais perante Deus.

A comunidade é hoje liderada por Tchetcho, um jovem que sucedeu ao seu pai, Nhô Agostinho, o lider dos rabelados durante mais de 28 anos que faleceu nos finais do ano passado.

Quem visita hoje a aldeia de Espinho Branco descobre também uma outra atracção... um movimento artístico que nasceu no seio da comunidade, pela mão de um grupo de jovens.
O resultado está à vista, é reconhecido em Cabo Verde e já foi várias vezes exposto além fronteiras . Trabalhos coloridos para expressar temas do quotidiano, hábitos, culturas e manifestações de fé.
O mundo e a comunidade vistos pelos olhos de alguns jovens rabelados que encontraram na arte o caminho para a emancipação.

terça-feira, junho 26, 2007

São Tomé e Principe - cores e formas










São cores vivas... rosas, castanhos,verdes, vermelhos, amarelos... que transpiram em toda a natureza e nos mais simples elementos do dia-a-dia.

São as aves exóticas, as plantas de tamanhos e formas inimagináveis, os bichos e bichinhos que não nos ligam e até se deixam fotografar, enfim, falta apenas colocar a moldura e pendurar na parede.

sexta-feira, maio 04, 2007

São Tomé e Principe - As roças












Simbolos do colonialismo, expoentes máximos do domínio senhorial em São Tomé, as roças têm tanto de encantador como de deprimente.

Existem dezenas delas por todo o território. As que outrora foram mais abastadas guardam ruínas de grandes hospitais, casas sumputosas que pertenciam aos administradoes e proprietários e as pequenas divisões onde viviam os trabalhadores- mão de obra trazida de Angola e Cabo Verde.

Gente que ficou eternizada nas descendências que hoje ocupam as roças e aí vivem em condições de pobreza e degradação extremas.
A nós custou-nos especialmente chegar de Cabo Verde e sentir nas roças o carinho e simpatia expressos em criolo.
Gente que se perdeu em S. Tomé, que perpetua a língua dos pais e dos avós, mas que pouca referência terá da terra dos seus antepassados.
Gente pobre, muito pobre que vive com quase nada a não ser um sorriso e um resto de esperança no olhar.
São, em última instância as vitimas que sobram daquela que foi uma potência do cacau, nos tempos coloniais.

Das grandes roças portuguesas restam hoje ruínas, edificios mais ou menos cuidados, pequenos apontamentos do passado, e as terras onde o cacau resiste ao tempo e cresce por teimosia.
Raras são as que ainda produzem do ponto de vista comercial. Algumas foram adquiridas por privados, transformadas em pequenas unidades hoteleiras, ou de interesse turistico. Mas a grande maioria, pertença do Estado, está abandonada e ameaça não resistir de pé muitos mais anos.

sexta-feira, abril 27, 2007

São Tomé e Principe - as crianças






Pobres, muito pobres, mas com a alegria estampada nos rostos. Sinais das crianças de São Tomé que nos enchem o coração. A simplicidade com que vivem o dia-a-dia e nos recebem torna toda esta viagem, só por si, gratificante.
Como em Cabo Verde, as crianças, são a grande parte da moldura humana deste pequeno país. De sorriso fácil, habituaram-se a conviver com a imagem do turista que dá "doci" e lhes tira uma foto. E com isso, retribuem ,sempre, com um "obrigado".

sexta-feira, abril 13, 2007

São Tomé e Principe... Diário de uma Viagem ao Paraíso








5 horas é o tempo que separa a árida e ventosa ilha do Sal, das paisagens verdes e tropicais de S. Tomé.
5 horas a bordo de um avião da TAAG, com um serviço bastante aceitável mas um ar condicionado "gelado", como que a dar-nos os derradeiros resquicios daquilo que seria a sensação de frio pela última vez durante esta semana.
Quando aterrámos naquele pedaço de terra e a porta do Boeing se abriu finalmente, o ar tornou-se pesado, muito quente, muito húmido, quase irrespirável.
Uma breve panorâmica pela paisagem: tudo verde, uma vegetação densa para onde quer que dirigissemos o nosso olhar. Um cheiro intenso a mato, anunciava um lugar especial... muito especial.
A Cidade de S. Tomé anuncia-se pela pela fantástica Baía de Ana Chaves. É para ela que se viram as casas térreas de estilo colonial, hoje recuperadas e com magnificas janelas de sacada.

A cidade é agradável, espaçosa, plana. De largas avenidas, arquitectura cuidada, colorida e acolhedora. Um lugar onde apetece caminhar a pé.

Anoitece cedo, consequências de estarmos na linha do Equador. Mas aos primeiros sinais de noite, os edificios iluminam-se e tornam o anoitecer mais acolhedor.