quarta-feira, novembro 12, 2008

Boavista - a ilha das dunas








Boavista, ilha plana, coberta de dunas e de sorrisos.

Magnifica em paisagens de sol, areia e mar. Magnifico pôr-do-sol ao sabor duma cola fresquinha e a sonhar com o peixe grelhado do dia seguinte.

Casas de cores vivas que espreitam quem passa, quem tira mais uma foto ou quem, pura e simplesmente, vive feliz com a simplicidade.

A Boavista é hoje, com o recente aeroporto internacional, uma nova galinha dos ovos de ouro para investidores imobiliarios e companhias hoteleiras. Recentemente inauguraram um enorme hotel e no horizonte avizinham-se outros ainda maiores.

Espero que as dunas fantásticas que moldam o horizonte não vão desaparecendo graças à extracção desenfreada das suas areias para alimentar as obras destes novos "elefantes brancos".

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

SAL - do Mar vêm os conquistadores.






O peixe é pouco... o calor vai-se sentindo por entre leves brisas marinhas que nos esfregam a salinidade no rosto...
A indolência convida os pescadores à contemplação do horizonte.
Agora, os tempos são outros. O Mar calmo dá mais prazeres a turistas veraneantes de passagem fugaz pela ilha.
Do Mar já não chega apenas o pão que nos enche o prato. Do Mar, procuram-se agora, novos sustentos... prazeres para outros.
Mas do Mar, continuam a chegar os conquistadores..

sexta-feira, novembro 23, 2007

glu...glu...glu





Armados em exploradores de tubo de plástico nas águas quentes de São Tomé e Principe.

terça-feira, setembro 11, 2007

O regresso








Para nós que vivemos fora de Portugal, o regresso na altura do verão serve, essencialmente, para voltar a sentir o país no seu lado mais puro e sensivel - aquele que nos faz ter mais saudades.
Sentir a areia molhada das praias da Costa Alentejana; cheirar toda a vegetação que floresce nas serras e parques naturais em passeios a pé; colocar a conversa em dia com os amigos de sempre até altas horas da madrugada, e claro, estar com aqueles que nos vão vendo crescer e nos apoiam nas horas mais chatas do afastamento: A FAMILIA

Rir e fazer rir com as brincadeiras dos mais novos; cantar os parabéns à avó, que todos os anos por esta altura, nos atura nas nossas deambulações pela casa da serra; ler religiosamente os jornais desportivos (mesmo sendo esta a chamada “silly season” das noticias) e claro, as inesqueciveis tardes no rio, que a cada ano que passa vai apreciando novas proezas em questão de mergulhos.
A romaria nocturna às festas do santo padroeiro, que todos os anos voltam a reunir filhos e netos da terra, é ponto de honra, assim como subir ao ponto mais alto para ver passar a tão colorida caravana da “Volta” – as bicicletas e os seus bravos do pelotão.
Os dias na aldeia da Serra da Estrela são o nosso abono de férias, são momentos de passeio, de revisitação de locais belos, em percursos de descoberta nas nossas velhinhas bicicletas ou mesmo a pé, são momentos de reencontro com sons, cheiros e sabores tão portugueses.
Que bom que é voltar a Portugal.

quarta-feira, julho 04, 2007

Aldeia dos Rabelados - Cabo Verde




(antigo chefe da aldeia Nhô Agostinho)

(actual chefe - Tchetcho)





Na aldeia de Espinho Branco a caminho do Tarrafal encontramos uma das mais antigas comunidades de Cabo Verde- a comunidade do povo Rabelado.


Aqui cerca de 300 pessoas vivem de acordo com a tradição trazida do continente africano nos primórdios da colonização.

É a fé que unifica esta comunidade com mais de 300 pessoas, que continua a viver na simplicidade das casas de sisal e madeira. Os funcos de palha- pequenas habitações semelhantes àquela em que teria vivido Jesus Cristo.

No centro da filosofia dos rabelados está a ideia de que o bem e a caridade terrestre nos conduzem no caminho para céu e que todos os seres, apesar da hierarquia na terra, são iguais perante Deus.

A comunidade é hoje liderada por Tchetcho, um jovem que sucedeu ao seu pai, Nhô Agostinho, o lider dos rabelados durante mais de 28 anos que faleceu nos finais do ano passado.

Quem visita hoje a aldeia de Espinho Branco descobre também uma outra atracção... um movimento artístico que nasceu no seio da comunidade, pela mão de um grupo de jovens.
O resultado está à vista, é reconhecido em Cabo Verde e já foi várias vezes exposto além fronteiras . Trabalhos coloridos para expressar temas do quotidiano, hábitos, culturas e manifestações de fé.
O mundo e a comunidade vistos pelos olhos de alguns jovens rabelados que encontraram na arte o caminho para a emancipação.

terça-feira, junho 26, 2007

São Tomé e Principe - cores e formas










São cores vivas... rosas, castanhos,verdes, vermelhos, amarelos... que transpiram em toda a natureza e nos mais simples elementos do dia-a-dia.

São as aves exóticas, as plantas de tamanhos e formas inimagináveis, os bichos e bichinhos que não nos ligam e até se deixam fotografar, enfim, falta apenas colocar a moldura e pendurar na parede.

sexta-feira, maio 04, 2007

São Tomé e Principe - As roças












Simbolos do colonialismo, expoentes máximos do domínio senhorial em São Tomé, as roças têm tanto de encantador como de deprimente.

Existem dezenas delas por todo o território. As que outrora foram mais abastadas guardam ruínas de grandes hospitais, casas sumputosas que pertenciam aos administradoes e proprietários e as pequenas divisões onde viviam os trabalhadores- mão de obra trazida de Angola e Cabo Verde.

Gente que ficou eternizada nas descendências que hoje ocupam as roças e aí vivem em condições de pobreza e degradação extremas.
A nós custou-nos especialmente chegar de Cabo Verde e sentir nas roças o carinho e simpatia expressos em criolo.
Gente que se perdeu em S. Tomé, que perpetua a língua dos pais e dos avós, mas que pouca referência terá da terra dos seus antepassados.
Gente pobre, muito pobre que vive com quase nada a não ser um sorriso e um resto de esperança no olhar.
São, em última instância as vitimas que sobram daquela que foi uma potência do cacau, nos tempos coloniais.

Das grandes roças portuguesas restam hoje ruínas, edificios mais ou menos cuidados, pequenos apontamentos do passado, e as terras onde o cacau resiste ao tempo e cresce por teimosia.
Raras são as que ainda produzem do ponto de vista comercial. Algumas foram adquiridas por privados, transformadas em pequenas unidades hoteleiras, ou de interesse turistico. Mas a grande maioria, pertença do Estado, está abandonada e ameaça não resistir de pé muitos mais anos.